Portugal é o país convidado da 4ª edição da Bienal De Mains de Maîtres no Luxemburgo, sob o tema O Gesto e o Território, de 23 a 26 de novembro.
A representação oficial portuguesa na Bienal, através da exposição “Produção artesanal portuguesa: a atualidade do saber-fazer ancestral”, terá como fio condutor enfatizar a missão que preside ao Programa Nacional Saber Fazer Portugal.
O projeto curatorial é da responsabilidade da Direção-Geral das Artes, através do Programa Nacional Saber Fazer Portugal, com consultoria da The Home Project Design Studio — THP.
A participação ocupará uma área expositiva de cerca de 460 m2, com a apresentação de cerca de 60 peças de 54 artesãos e pequenas unidades de produção nacionais, colocando em evidência o reconhecimento da atualidade e relevância para a sociedade contemporânea da produção artesanal apoiada em conhecimentos ancestrais.
Esta relevância pode ser percebida em quatro eixos: o da funcionalidade e sentido quotidiano das suas produções, o da sustentabilidade ambiental, o do valor patrimonial e o da resiliência económica.
O conjunto de artefactos presentes na exposição é uma seleção conduzida pela representatividade das características fundamentais inerentes às artes artesanais, pela diversidade de matérias-primas e da sua ligação aos territórios, pela diversidade do trabalho representado e pela abrangência do território nacional.
A realização de oficinas é parte integrante da exposição, com o objetivo de proporcionar um contacto direto com materiais, matérias-primas, técnicas e uma experiência de iniciação em seis artes diferentes, conduzida pelas artesãs e artesãos, detentores desse conhecimento.
Assim, no Espaço Fazer da exposição decorrerão as seguintes oficinas: Bordado de Castelo Branco, pelo Centro de Interpretação do Bordado; Cestaria em bunho, com Manuel Ferreira; Cestaria em cana, com Domingos Vaz; Cestaria em vime, com Alcídio Andrade; Empreita de palma, com Maria João Gomes (Palmas Douradas), e Rendas de bilros, pela Associação para Defesa do Artesanato e Património de Vila do Conde (Isabel Carneiro). Estas oficinas serão dirigidas a alunos do ensino artístico, artesãos e artistas.
As rendas de bilros assumem hoje um caráter patrimonial, sendo uma das artes mais notáveis da tradição têxtil portuguesa, com maior incidência junto ao litoral, em comunidades com tradição piscatória (Vila do Conde e Peniche). A oficina consistirá na execução de uma amostra de renda, utilizando os três utensílios habituais necessários, como a almofada, bilros e o cartão com o desenho da renda marcada através de picotado, aos quais se juntam a linha e os alfinetes.
Créditos Fotográficos @Lino Silva